domingo, 25 de março de 2012

Violência no Jornalismo

Diariamente somos fustigados por fenómenos violentos, não só por aqueles que experienciamos directamente, como também por acontecimentos que percepcionamos à distância, por intermédio dos meios de comunicação social. É importante frisar que a violência também chega até nós a partir de produtos de entretenimento. Note-se que os filmes, a banda desenhada e os vídeo jogos estão cada vez mais povoados por personagens agressivas que matam e destroem sem qualquer pudor, mas que ainda assim despertam o interesse de várias gerações. Parafraseando Susan Sontag “os cidadãos da modernidade são consumidores da violência como espectáculo” (Sontag, Susan, 2003, p.116).

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Texto na íntegra disponível aqui.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Sussurros metálicos [Sete Palmos debaixo da terra #3]

Aquela expressão não me é estranha...

Fixo-me no seu rosto por breves segundos, para depois baixar o olhar.


Ah, claro! É aquela actriz... Fica tão diferente sem o artificialismo da maquilhagem.

Sentada numa carruagem do metro, tem sobre o colo um guião escrito a computador.
Aparentemente as deixas ainda não estão decoradas... sussurra as falas de uma mãe, que também é arguida [adivinha-se uma tragédia?]
O segredar das palavras confunde-se com um som metálico e ritmado, produzido por um homem que já não vê o mundo [ou será que nunca viu?]

Tac tac tic tic tac

A actriz contrai o rosto... não é uma reacção à passagem do pedinte, mas à sua prestação pouco virtuosa... as frases teimam em escorregar da memória.
Talvez nem tenha dado pela presença do músico do submundo, tal era o elevado grau de concentração.
Quase não se apercebeu da aproximação da estação em que tinha de sair... levantou-se à pressa nos últimos segundos, com o guião debaixo do braço.

domingo, 11 de março de 2012

Foto da semana


Raparigas afegãs a trabalhar no primeiro ciber café para mulheres em Cabul, 8 de Março de 2012. 
REUTERS/Mohammad Ismail

quinta-feira, 8 de março de 2012

Cacofonia clubística [Sete palmos debaixo da terra #2]

Fiquei perplexa com a atitude de um grupo de (pseudo) apoiantes do Sporting Clube de Portugal. Após um jogo de futsal, invadiram entusiasticamente uma carruagem do metro a entoar cânticos que, não só enalteciam o clube de Alvalade, como também inferiorizavam de um modo vergonhoso os adeptos dos clubes adversários.

«Têm sorte! Não cantamos mais porque a esta hora já não conseguimos», informou, com uma voz rouca, um dos poucos elementos femininos da claque.

Sorte? E o respeito para com aqueles que trabalham o dia inteiro e que às onze da noite apenas querem descansar os olhos, antes de chegar a casa? E a tolerância face á diversidade clubística? E a aceitação de que vivemos em sociedade e de que é fundamental respeitar o espaço e as preferências dos nossos semelhantes?

Actos irracionais que poderiam ser evitados, se imperasse o bom senso.

As fotografias [Sete palmos debaixo da terra #1]


Era perturbador presenciar a obsessão com que aqueles olhos percorriam as imagens.
Uma fotografia de cores esbatidas e outra a preto e branco feriam-lhe a alma.
As mãos robustas e marcadas pelo trabalho seguravam nervosamente nos papéis.
O seu olhar, completamente mergulhado no passado, oscilava entre uma e outra representação.
A tristeza era evidente.
A ruga vincada no centro da testa confirmava a misteriosa dor.

Nunca percebi o significado das fotografias, mas seriam certamente marcantes para aquele homem perdido numa realidade longínqua.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Jornalismo científico

Actualmente, mais do que em qualquer momento passado, os acontecimentos científicos não devem ficar confinados ao ambiente laboratorial. Os resultados, os erros, os avanços e recuos científicos devem ser não só do conhecimento dos especialistas, mas também da população em geral. Isto porque, tal como expressa Claudio Bertolli Filho no início do seu texto Elementos fundamentais para a prática do jornalismo científico, a ciência e a tecnologia têm vindo a assumir uma importância capital no funcionamento da sociedade contemporânea, instalando-se nos mais diversos sectores e influenciando fortemente a vida dos cidadãos.

Neste sentido, os média apresentam-se como importantes veículos de informação científica, capazes de fornecer à população conteúdos relevantes. É importante frisar que a função dos meios de comunicação social não é apenas a de descodificar jargões científicos, mas a de construir enunciados coesos, rigorosos, contextualizados e compreensíveis pela generalidade da população.

Ainda que possa pairar a ideia de que o público leigo de uma forma geral não demonstra grande interesse pela ciência, esse argumento não deve invalidar a divulgação de informações sobre o campo científico. É essencial que os indivíduos estejam esclarecidos e actualizados visto que, tal como já foi referido anteriormente, os acontecimentos científicos têm implicações directas sobre as suas vidas. Tome-se como exemplo o caso dos implantes mamários PIP. Através dos órgãos de comunicação social a população foi informada de que o gel desses implantes não era o mais adequado para fins médicos, e que o rompimento dos mesmos (mais provável de acontecer nestes implantes do que em modelos de outras marcas, devido à fragilidade do material) poderia causar inflamações às mulheres. Por intermédio dos média toda a comunidade foi alertada para este erro científico e as portadoras dos implantes, em particular, foram incentivadas a agir. Sem esta comunicação da ciência as utilizadoras iriam continuar na ignorância, desconhecendo os riscos associados aos implantes.

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Texto na íntegra disponível aqui.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Foto da semana


Um lutador esfrega as mãos com barro para evitar escorregar devido ao suor, durante uma luta de lama tradicional (Kushti) luta no centro Akhaara em Kolhapur, 14 de fevereiro de 2012.
REUTERS/Danish Siddiqui